O Futuro do RH Não é o RH: Transformações e Desafios na Era da Inteligência Artificial
O SHRM 2024 foi incrível!
Se você caiu de paraquedas por aqui e ainda não conhece, vou te explicar: SHRM é o maior congresso de Recursos Humanos e Gestão de Pessoas do mundo, organizado pela The Society of Human Resources Management. Este ano, o evento aconteceu em Chicago, nos EUA, e trouxe um tema audacioso: Better Workplaces! Better World! ou, em português, Melhores Locais de Trabalho! Mundo Melhor! E adivinha? A DP6 estava lá!
O SHRM 2024 focou em seis grandes áreas: diversidade e inclusão, talentos, cultura organizacional, desenvolvimento de lideranças, saúde mental e, é claro, o tema mais discutido atualmente: a Inteligência Artificial Generativa!
Uma discussão muito interessante permeou as importantes tendências e desafios que o futuro do trabalho reserva para o setor de Recursos Humanos. Uma das palestras mais impactantes abordou o tema "O futuro do RH não é o RH", destacando a necessidade de um novo paradigma na forma como as organizações devem se planejar e desenvolver suas equipes, conduzida por Jack Gottlied, CEO do Total Solutions Group.
Vamos lá para os insights:
A Nova Abordagem para o Planejamento Organizacional
Uma das principais mensagens da palestra foi a necessidade de trazer as pessoas para o planejamento das organizações de uma maneira inovadora. Não se trata apenas de ouvir as necessidades dos colaboradores ou de analisar resultados de pesquisas de clima organizacional. O foco deve ser no desenvolvimento das capacidades e habilidades das pessoas de forma coletiva. Em um ambiente de rápidas mudanças impulsionadas pela inteligência artificial, é crucial que as pessoas se mobilizem juntas, ao invés de agirem isoladamente.
Cinco Pontos Cruciais para a Transformação do RH
- Foco na Visão de Dono dos Colaboradores: A visão de dono é mais perene e sustentável do que a satisfação. Enquanto a satisfação precisa ser constantemente alimentada, a visão de dono fortalece o compromisso dos colaboradores com os objetivos da organização.
- Desenvolvimento de Capacidades Coletivas: É fundamental desenvolver as capacidades coletivas das equipes, além das individuais. Isso promove uma cultura de colaboração e inovação contínua. Sabe o famoso e bom PDI? Que tal além dele começarmos a pensar no PDC (plano de desenvolvimento coletivo)?
- Ambiente Focado no Bem-Estar: Criar um ambiente de trabalho agradável e propício para troca de ideias e colaboração. Isso reduz o peso das atividades extras, inspirando inovação e bem-estar.
- RH como Agente de Transformação: O RH deve ser visto como um agente de transformação, não apenas um centro de custos. Ele deve influenciar e apoiar as lideranças, garantindo a cultura organizacional e adaptando-se às mudanças tecnológicas.
- Garantir a Relevância Humana na Era da IA: Com o crescimento da inteligência artificial, é essencial que o RH apoie as pessoas em todas essas mudanças, principalmente no desenvolvimento de novas skills.
E o futuro do trabalho?
A inteligência artificial já está presente em diversos ambientes de trabalho, direta ou indiretamente. Segundo uma pesquisa da Gartner de abril de 2024, surgem 200 novas IA a cada duas semanas no mundo. Mesmo que os líderes ainda estejam cautelosos sobre como abordar essa tecnologia, é evidente que os colaboradores já estão experimentando e trazendo seus próprios dispositivos para o ambiente de trabalho.
A curiosidade e o interesse pela IA estão crescendo, e as empresas precisam implementar uma governança adequada para lidar com essas disrupções tecnológicas. RH e C-Levels devem definir onde a IA faz sentido e é relevante, estabelecendo políticas claras de uso. No The Brandtech, grupo do qual a DP6 faz parte já temos um guideline de boas práticas , se tiver interesse em saber mais, acesse aqui.
Preparando-se para o Futuro
Qualquer disrupção tecnológica, como a IA, traz novos requerimentos de capacitações e novas formas de trabalhar. Assim como aconteceu com a internet e a migração para o mobile, não podemos ter medo de experimentar. Estima-se que 80% das atividades transacionais realizadas hoje podem ser automatizadas, liberando tempo para tarefas que só os humanos podem fazer, como pensamento lógico, relacionamento, comunicação assertiva, influência de pessoas e estratégias.
O futuro do RH não é simplesmente sobre o departamento de RH, mas sim sobre influenciar e apoiar as pessoas em todas essas mudanças. Trata-se de desenvolver uma visão coletiva, criar ambientes de trabalho saudáveis e inovadores, e preparar os colaboradores para as novas exigências trazidas pela inteligência artificial. A transformação do RH é essencial para que as organizações continuem relevantes e bem-sucedidas na era digital.