Série Visualização de Dados - 2. Como escolher a melhor visualização

Por
Mariana Brandão
Andressa Viana
Luana Moura
4/7/2024

Introdução

O primeiro post desta série explorou os fundamentos da visualização de dados, destacando como uma representação visual eficaz pode transformar dados complexos em insights compreensíveis e acessíveis, e a importância do DataViz para as empresas, como pode melhorar a tomada de decisões e quais são os benefícios de implementar práticas de visualização eficazes nos negócios. Agora, o texto se aprofunda em um aspecto crucial que pode determinar o sucesso ou o fracasso das visualizações: a escolha do tipo de gráfico correto.

Escolher a visualização adequada não é apenas uma questão de preferência estética; é uma decisão estratégica que pode destacar ou obscurecer as informações mais importantes dos seus dados. O segundo post da Série de Visualização de Dados irá explorar os diferentes tipos de gráficos disponíveis e fornecer diretrizes práticas para selecionar a visualização mais adequada conforme o contexto e o público-alvo de suas análises.

Escolhendo o Tipo de Gráfico Correto

A escolha do gráfico adequado é fundamental para transmitir suas análises de forma eficaz. Diferentes tipos de gráficos podem destacar diversos aspectos dos dados, dependendo do que você deseja comunicar e de quem será o público. Nesta seção vamos explorar as variações mais comuns de gráficos e fornecer diretrizes para escolher o formato mais apropriado para suas necessidades de visualização.

1. Conhecendo os Diferentes Tipos de Gráficos

Gráficos de Linha: São a escolha ideal para demonstrar tendências e evoluções ao longo do tempo. Eles permitem que o público visualize claramente como as variáveis mudam, facilitando a identificação de padrões ou anomalias. Por exemplo, um gráfico de linha pode ser usado para mostrar o crescimento de vendas mês a mês ou a flutuação de temperatura ao longo de um ano.

exemplo de gráfico de linha
Fonte: https://www.data-to-viz.com/graph/line.html 

Gráficos de Barras e Colunas: Estes são utilizados para comparações numéricas entre categorias distintas. Gráficos de barras são particularmente úteis para mostrar diferenças de tamanho ou quantidade entre itens, como as vendas entre diferentes produtos ou categorias de despesas em um orçamento. Gráficos de colunas, por sua vez, são eficazes para comparações rápidas e claras.

exemplo de gráfico de barras e colunas
Fonte: https://app.datawrapper.de/river/search/basketball/_/n7Qx6 

Gráficos de Dispersão: Excelentes para identificar relações ou correlações entre variáveis numéricas. Eles mostram como uma variável se comporta em função de outra, podendo revelar conexões ou tendências ocultas. Por exemplo, um gráfico de dispersão pode ser usado para explorar a relação entre a quantidade de dinheiro gasto em publicidade e o aumento resultante nas vendas.

exemplo de gráfico de dispersão
Fonte: https://www.data-to-viz.com/graph/scatter.html 

Gráficos de Área: Semelhantes aos gráficos de linha, os gráficos de área são utilizados para demonstrar como uma quantidade se desenvolve ao longo do tempo, com a adição de preenchimento sob a linha, destacando o volume acumulado. Eles são particularmente úteis para visualizar a contribuição de diferentes componentes no todo, como o crescimento de diferentes setores de uma empresa ao longo do tempo. Este tipo de gráfico é eficaz para mostrar a composição e mudanças em dados agregados, onde a área sob a curva pode ajudar a ilustrar a magnitude de uma tendência de maneira visualmente impactante.

exemplo de gráficos de área
Fonte: https://blog.dp6.com.br/guia-de-gr%C3%A1ficos-b%C3%A1sicos-dataviz-basics-3-de-4-c12e39c8f027 

Gráficos de Pizza: Utilizados para mostrar proporções e porcentagens entre categorias, são ideais quando se deseja destacar partes de um todo. Um gráfico de pizza pode, por exemplo, mostrar a distribuição de despesas em diferentes departamentos de uma empresa, facilitando a visualização de qual parte consome mais recursos. Porém, é importante ressaltar que a atribuição correta de valores quantitativos para áreas não é uma habilidade natural, o que significa que é difícil ler os gráficos de pizza quando os segmentos têm tamanhos parecidos ou quando há muitos segmentos. Sendo assim, esse tipo de visualização é recomendado apenas quando há até seis segmentos e sua aplicação deve ser combinada com o uso de rótulos dos dados. 

exemplo de gráfico de pizza
Fonte: https://blog.datawrapper.de/pie-charts/ 

Gráficos Combinados: Combinam dois ou mais tipos de gráficos em uma única visualização, o que é útil para comparar diferentes escalas e tipos de dados simultaneamente. Por exemplo, um gráfico combinado pode usar colunas para representar vendas mensais e uma linha para mostrar a tendência de crescimento ao longo do ano.

exemplo de gráfico combinado
Fonte: https://blog.bcntreinamentos.com.br/video-6-maneiras-de-criar-graficos-previsto-x-realizado-no-excel/ 
Resumo dos tipos de gráficos

Abaixo, é possível observar um quadro resumido sobre os gráficos citados, avaliando cada um deles com relação a objetivo, complexidade de leitura, tipo de variável adequado e exemplos práticos de aplicação, cujo objetivo é fornecer uma referência rápida e eficiente para facilitar a escolha da visualização ideal baseada no contexto específico de uso.

tabela com resumo dos tipos de gráfico

No entanto, é importante ressaltar que, muitas vezes, não é necessário utilizar um gráfico para transmitir a informação. Caso o objetivo dos dados esteja bem definido, é possível exibir a informação como um número em destaque no seu dashboard ou mesmo como uma frase em um slide. 

2. Decidindo qual gráfico usar

Como visto no primeiro post da Série de Visualização de Dados, um gráfico eficaz deverá comunicar seus dados claramente, apoiando-se no objetivo da sua análise, no público-alvo que consumirá a informação, na complexidade dos dados envolvidos e no formato em que esses dados serão consumidos. Essas considerações ajudarão a garantir que o gráfico escolhido não só transmita a mensagem desejada de forma efetiva, mas também seja compreendido sem ambiguidades pelo seu público.

Objetivo da Análise: Reflita sobre a mensagem principal que você deseja transmitir. Sua visualização vai orientar quais táticas ou estratégias de negócio? Quais perguntas de negócio deseja responder?

Público-Alvo: Adapte o gráfico ao nível de familiaridade do público com interpretações de dados visuais. Públicos técnicos podem apreciar formatos mais complexos, enquanto um público mais amplo pode preferir formatos mais simples e diretos.

Complexidade dos Dados: Avalie quão detalhados são os dados e o que você precisa destacar. Dados simples podem ser eficazmente representados por gráficos de barras, enquanto conjuntos de dados mais complexos podem exigir gráficos de dispersão ou múltiplos gráficos para uma representação adequada.

Consumo dos Gráficos: Leve em conta o controle que você possui sobre a maneira como as informações serão consumidas. O método escolhido para apresentar seus dados pode impactar significativamente como eles são interpretados e o nível de detalhe que precisa ser explicitado. Pergunte-se: Os gráficos serão parte de relatórios projetados, consumidos periodicamente? Serão destinados a um uso exploratório, permitindo interações dinâmicas, ou será um formato mais estático? 

Teste com Usuários: Antes de finalizar uma escolha, priorize testar diferentes tipos de gráficos com um grupo representativo do seu público-alvo. Feedback direto pode revelar problemas de compreensão ou preferências que não são imediatamente óbvias.

Conclusão

Ao selecionar o tipo de gráfico mais adequado, você maximiza a eficácia da sua comunicação visual e garante que os dados não apenas informem, mas também engajem seu público. No próximo post desta série, abordaremos como adaptar visualizações de dados para serem inclusivas, focando em adaptações para pessoas com daltonismo, garantindo que as visualizações sejam acessíveis a todos os públicos. Este passo é essencial para a criação de uma cultura de dados verdadeiramente inclusiva e responsável.

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